sábado, 30 de abril de 2011


Em uma noite chuvosa na capital italiana nascia uma menina fruto de um amor proibido. Sua mãe dançarina de boate se envolveu com um famoso político, e deste amor nasceu Allegra.
O pai de Allegra faleceu quando ela tinha meses de vida e sua mãe continuou dançando para ganhar a vida. Certa vez ela teve que ir para a boate com sua mãe e se encantou com o que viu lá. Naquele momento ela decidiu que seria dançarina, que suas emoções seriam transmitidas a cada passo de dança.
Com dez anos de idade Allegra sabia exatamente o que sua mãe fazia para ganhar a vida e admirava sua coragem e determinação. Mas a vida lhe reservava muitas surpresas. Certa vez enquanto estava em casa esperando sua mãe voltar sentindo uma pontada forte no coração um policial bateu em sua porta e disse-lhe que a sua mãe tinha sido assassinada. Naquele momento ela perdeu todas as esperanças, mas tinha uma certeza: a dança a salvaria do limbo. E, após tantos anos daquele ocorrido, ela continuava dançando. A dança se tornou a sua ligação com sua mãe. Enquanto dançava ela se sentia feliz e perto da pessoa que ela mais amou na vida. Allegra dançava em uma boate e era a mais procurada de todas. Seus movimentos precisos e sensuais deixavam os homens loucos de desejo. Suas pernas se elevavam, seus braços bailavam no ar, seus olhos intensos e seus lábios volumosos cheios de luxúria. Se existia uma coisa na face da terra que Allegra sabia como ninguém era conquistar um homem. Mas seus encantos não foram suficientes para fazer o amor de sua vida, um dos cliente da boate, ficar com ela para sempre. Aconteceu uma vez, eles ficaram, foi incrível e ela queria muito mais dele, ele só queria uma parte dela.
Desiludida ao ver que ele procurava ela e as outras garotas da boate, Allegra decidiu partir para um país que ela sempre quis conhecer: o Brasil. Lá ela encontraria as misturas de sons, ritmos e swing. Allegra foi embora para o Brasil com a certeza de lá poder dançar como nunca e conhecer melhor a arte da sedução.

quarta-feira, 27 de abril de 2011




Uma rotina diferente para uma jovem de dezoito anos. Trabalhar em uma casa de shows nas noites do México e ter uma vida em meio ao calor humano, ao som estupidamente alto, às bebidas e, desde seus dezessete, a uma bebida em especial. A tequila, que já era sua amiga antes, mas agora era sua fiel parceira. Foi com ela que a garota conheceu novas pessoas, novos hábitos e novos mundos. Um verdadeiro aprendizado. Mundano, claro.

Todos na cidade já sabiam da Jovem Tequileira, o rosto angelical, o corpo que exalava pecado, o tipo buscado pela maioria dos homens que frequentavam aquele ambiente. Até que apareceu um homem. Alto, moreno, lindo, quase perfeito. Isso porque, dentre tantas qualidades, ele era casado. Mas isso não foi obstáculo. Ele investiu, insistiu e ela acabou cedendo. Começaram a se falar, a se encontrar, e ela, a se apaixonar. Era proibido, era mais interessante. O que era para ser algo passageiro tornou-se um mar de ilusões para ela.

Depois de uns bons meses só nas conversas e promessas, chegou o dia. Ele havia dito que tinha uma surpresa, ela logo imaginou a cena. “Ele vai dizer que se separou e que quer oficializar nosso relacionamento”. Ficou repetindo essa imagem na cabeça o tempo todo. Ficou imaginando também a cara de todos os homens que só iam para a boate para vê-la. Ela sabia que era o objeto de desejo de cada homem que passava por suas mãos. Ela balançava, portanto, não só suas cabeças, mas seus instintos, seus desejos.

Foi tudo bem rápido. Ela foi encontrá-lo, ele não disse nada. E quando ela foi tentar puxar conversa, ele calou-a com um beijo. Esse beijo resultou, no entanto, em muitas outras coisas. Lá estava ela, na casa do seu amado, realizando o seu mais novo sonho. De tê-lo em seus braços, ouvindo-o se declarar. Era isso que ela pensava, mas não.
Ele havia preparado todo o terreno para uma única coisa. A tal surpresa. Beijos, abraços, mãos, línguas, pernas, braços, corpos. Eram todos um só. Ela não resistiu aos encantos dele. Acabou se entregando de verdade. No fim, ele disse que a surpresa era aquela. O sexo.

Ela ficou arrasada. Viu-se usada, suja, idiota. Viu que o seu atrativo era apenas o fetiche. Ela era só mais um trofeuzinho de um cara qualquer. Sentiu-se humilhada e, tentando deixar tudo de ruim para trás, respondeu um e-mail há muito esquecido. Era um pedido, o mais ousado de todos. Sua resposta foi curta, mas decisiva: “Desculpe-me a demora, mas agora eu decidi. Minha resposta é sim”.

Ela acabava de aceitar um chamado. Uma nova etapa de sua vida estava para começar. Arrumando suas malas, pensou no futuro. Em outro lugar, sua vida seria outra. Não cometeria os mesmos erros. Seu destino, um novo mundo. Outro país, um país parecido, quente e agitado. O Brasil. Lá ela seria A Tequileira. Mesmo rosto, mesmo corpo, mesma sensualidade, mesmo encanto. O coração? Ah, esse ela fez questão de deixar na casa daquele idiota. Quebrado ele não servia mais.

segunda-feira, 25 de abril de 2011


Há alguns anos atrás, andando pelas ruas de uma iluminada Paris, havia um jovem garoto de uns dezoito anos, filho de um casal que possuia um movimentado bar da cidade. Ele fazia faculdade de artes desde o semestre anterior. O garoto crescera sempre cercado das mais variadas misturas de bebidas alcoólicas, mulheres semi-nuas, homens semi-nús, bêbados e artistas loucos. O bar de seu pai, como vocês podem imaginar, não era bem um dos mais sofisticados da cidade, mas isso não impedia que fosse um dos mais procurados. Na terra do Moulin Rouge e da Torre Eiffel as pessoas não pederiam ser menos paradoxais que seus pontos turísticos. Os mais cultos franceses resolviam, após suas visitas ao Louvre e outros museus, dar uma passada no apimentado bar dos pais do garoto. As noites no estabelecimento nunca eram as mesmas. As pessoas que frequentávam o bar, dos mais certinhos aos mais devassos, faziam de cada noite uma noite única naquele aconchegante bar de madeira de uma rua nada calma da Cidade do Amor.

O Barman é como o garoto ficou conhecido após assumir o posto de fazedor de drinks do bar de seus pais. Era uma função estratégica da qual ele tirava muitos proveitos. Os flertes diários eram deixas para que ele deixasse o seu ajudante encarregado dos drinks por 15 minutos enquanto corria para o depósito nos fundos com uma, duas ou até três pessoas em seu encalço. Aquele velho depósito, onde eram guardados os líquidos mais impressionantes feitos pelo homem, desde litros de rum envelhecido até garrafas empoeiradas de whisky, foi testemunha de orgias inimagináveis até pelas mais alucinadas bacantes de Dionísio. Moças com olhares céticos ao entrar, saiam com sorrisos bobos estampado em seus rostos junto aos seus cabelos desgrenhados. Os rapazes, que entravam procurando garrafas de vodka, saiam apenas confusos, quando não estavam bêbados o suficiente para sairem do depósisto direto para cima das mesas e começarem a dançar. Após uns meses a fama do bar acabou aumentando, e os pais d'O Barman continuavam alheios ao motivo do aumento dessa fama. Homens e mulheres de toda Paris iam ao bar à procura do famoso depósito. A senha para aposento era pedir uma dose de Absinto, outra especialidade d'O Barman, que fazia o ritual como nenhuma outra pessoa fazia.

Mas infelizmente houve um momento em que chegou aos ouvidos dos donos do bar o que acontecia dentro do depósito do estabelecimento deles. Imediatamente o pai d'O Barman desceu até o depósito e quando chegou, lá estava o seu filho com outro homem e mais duas mulheres, todos sem roupas e regados à um muito verde Absinto. Não foram ditas muitas palavras, o pai dele disse que o queria fora da sua casa ainda naquela noite, e ele não teve outra opção senão partir. Pegou suas roupas e um bom dinheiro que estava guardando há um tempo e saiu. Além do seu dinheiro e suas roupas, O Barman apenas tinha sua arte e as receitas dos mais fabulosos drinks na mente. Estava pensando em ir a um hotel passar a noite, mas foi ai que viu um anúncio no chão que chamou a sua atenção. Era um anúcio de uma agência de viajens para um país do qual ele já ouvira muito falar. Mudou de ideia em relação ao hotel, guardou o papel no bolso e pegou um táxi para o aeroporto. Ele iria construir sua própria fama em um lugar novo, e como se nada no mundo fosse mais certo que isso, falou para o atendente da linha aérea: Eu quero uma passagem só de ida para o próximo vôo para o Brasil.

domingo, 24 de abril de 2011


Entrem, peguem uma mesa, façam seu pedido. No nosso Boteco Libidinoso todo tipo de gente é bem vinda, desde os bêbados loucos por uma dose do nosso mais alcoólico texto até o senhor solitário que vem apenas para olhar as garotas sozinhas. As nossas portas abertas são a deixa para que entres e jamais queiras sair. Se queres um ambiente fantasioso, deremos-te; se queres um espaço mais reservado, daremos-te; e se queres um ambiente devasso regado à tequila e pessoas desnudas, ah, meus queridos, daremos-te com vigor.

Então ponham as suas cintas-liga, seus saltos altos, suas melhores roupas íntimas e dispam-se de todo preconceito e, eventualmente, suas roupas. Quando estiverem à vontade, chamem O Barman, ele virá disposto a servir qualquer drink que o pedir. Se estiveres a fim de algo mais quente, que tal chamar A Tequileira para balançar a sua cabeça um pouco? Talvez queira também ter algo excepcional para olhar, A Performer seria perfeita para esse trabalho.

Se você tem vagado nessa madruga, se você andou desnorteado até achar o nosso singelo Boteco, saiba que você estava destinado a saborear todos os pratos carregados de extrema, extrema, luxúria que nós temos a te oferecer.

Botequeiros de plantão, agora que todos vocês conhecem o nosso Boteco Libidinoso, fiquem mais que à vontade para conferir o nosso cardápio nos próximos dias. Nunca se sabe quem estará à sua disposição para te entreter. Se é O Barman, que servira doses e mais doses do seu mais intímo desejo; ou A Tequileira, que ritualisticamente colocará em você uma dose ardente de desejo e sacudirá o teu corpo nos mais variados sentidos; ou A Performer, que irá tirár-lhes o fôlego com os movimentos que ela faz. Apenas te garanto que uma vez dentro, não haverá forças em ti para sair.
 

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